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Mostrando postagens de outubro, 2018

Cozinhando na Finlândia

Já vou começar dizendo que sempre detestei cozinhar. As poucas vezes que cozinhava, tudo ficava ruim. E eu ficava irritada. Era mais uma tortura que uma atividade necessária ao dia a dia. E eu era a rainha do comer fora. Além de não cozinhar bem, não comia bem. Só comia besteira e praticamente cresci assim. Meus pais tinham o péssimo hábito de nos deixar comer uma cumbuquinha de batata frita que já estivesse pronta para matar nossa vontade enquanto o restante da comida não ficasse pronta. Era o suficiente para encher a pança e não aceitar os alimentos mais... difíceis. Como verduras e legumes. Verduras e legumes? Só na sopa. E batidinha, creme! (Ok, eu amo sopa assim até hoje!). De resto, era pão, batata, arroz e feijão e bife. Morar sozinha não ajudou. Podia viver um tempo de miojo e como cozinhava só para mim não ligava de ficar a comida ruim (e realmente ficava ruim). Até o arroz saía ou cru ou papa ou queimado . Era nuggets, batata frita de forno e arroz. E as vezes uma

E eu que me achava inteligente...

Uma das coisas mais difíceis quando mudamos de país é lidar com a sensação de impotência para resolver seus próprios problemas.  É aquela sensação de burrice.  De quando nem ligar o chuveiro direito você sabe, de quando você faz algo só para descobrir tempo depois que estava errado ou era o oposto do que deveria fazer. É ter que reaprender a viver. São coisas básicas que a gente nunca dá valor.  Coisas que a gente nunca percebe ou para para pensar que podem ser tão diferentes em outro lugar. Mas são. E algumas vezes são muito diferentes. Foi chegar aqui e não conseguir colocar a máquina de lavar para funcionar, por exemplo. Coloquei todas as roupas, coloquei o sabão em pó e o amaciante (e muito tempo depois descobri estar fazendo até isso errado) e não conseguia fazer a máquina funcionar. Não saia água. Piscava vermelho, verde, amarelo. E nada da água. O registro estava fechado. Procurei pelo registro. quase coloquei o banheiro abaixo procurando. Nada. Não era como no Brasil, aqui