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Mostrando postagens de 2020

E quando nao tem trabalho?

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   Revendo meus antigos posts, percebi que pouco falo sobre meu trabalho. Reservo este espaço mais para meus pen samentos, minhas experiências e recordações. Mas nesta época de coronavirus, parece não ser possível separar muito dessa ansiedade que sinto do que acontece no trabalho. Ou do que nãoacontece! Trabalho como agente e conselheira de au pairs na Holanda. Exerço esse trabalho desde julho de 2011 (uau 9 anos!). É uma micro empresa, onde sou representante independente de uma empresa de intercâmbio de au pair. Apesar detrabalhar com diversas nacionalidades (em especial da América Latina), meu maior número de clientes/embarques vem do Brasil.  Com a constante alta do euro dos últimos anos, o volume de interessadas no programa diminuiu . Não vou entrar em detalhes, pois este não é um post de promoção do programa de au pair ou do que faço para a agência. É apenas um desabafo da minha situação atual.  Nosso ano é sempre bem movimentado. Com au pairs de todos os locais do Brasil, se r

Dois anos de Finlândia!

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Acordo de madrugada para dar de mamar ao bebê.  Normalmente ela dorme a noite toda, mas não hoje. É como se ela sentisse que o dia hoje é diferente. O dia de hoje é diferente para mim, sua mãe. Mas estamos ligadas. E é como se ela entendesse. Hoje ela se agita, ela não descansa, ela quer conexão. E são 4 da manhã. Meia hora depois estamos ambas novamente dormindo. Mais tarde o dia se inicia. E lavo o rosto pensando que hoje completo 2 anos morando neste país incrível que é a Finlândia. Pensando no quanto minha vida mudou desde que aqui cheguei em 10 de junho de 2018. Quando a KLM perdeu nossas bagagens. Quando os gatos ainda não tinham chegado.  Quando eu me senti tão perdida e tão pequena . Quando eu não sabia falar quase nem "oi" em finlandês.  Eu já sabia que minha vida seria aqui. Mas não fazia idéia dos rumos que ela tomaria.  Minha filha sorri pra mim enquanto brincamos com seu brinquedo de madeira favorito. Ela sorri faceira e vira de bruços. Sozinha. 

Baby shower finlandês

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Coroa de mirtilos Os meses estavam passando e a gravidez passando bem rápido e eu não sabia o que fazer para celebrá-la. Nunca planejei um baby shower, quase nunca nem compareci a um . Imaginava fazer algo estilo finlandês, ter uma experiência diferente e única.  Primeiro perguntei ao Kimmo e à sua família qual era a tradição de chá de bebê no país. Ninguém soube me dizer ao certo, mas resolvi que iria planejar uma festinha e ir pesquisando quais atividades e o que seria legal ter na celebração deste momento. Queria fazer algo simples e familiar, algo fofo e pequeno. Delicado. Resolvi reunir três amigas para nos ajudar. Sabíamos que queríamos fazer um baby shower misto , para mulheres e homens. Algo familiar, não apenas para a futura mamãe como também para o futuro papai poder curtir com seus amigos.  Marcamos num cafézinho com minha amigas Laura, Tarsila e minha amiga polonesa  que não pôde ir por problemas no trabalho. A Laura é finlandesa e nos contou que é costume na F

Diabetes gestacional

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Outro capítulo da saga gravidez. Outra preocupação constante. E também outro assunto permeado por dúvidas. Com 20 semanas de gravidez, a neuvola me encaminhou para o exame obrigatório de diabetes gestacional. Fazer exame é sempre um pequeno estresse. Existe aquela certeza de que está tudo bem e também aquela outra certeza de que está tudo errado.  Fiquei em jejum por 12h e de manhã cedinho fui ao laboratório perto de casa colher o exame. O exame consiste em três etapas: 1. Análise do sangue em jejum. 2. Análise do sangue 1 hora após tomar um xarope de glicose.  3. Análise do sangue 2 horas após o xarope. Enquanto aguardava, lia um livro sobre hipnobirthing (que falarei sobre mais pra frente).  Tenho uma vida saudável, ativa. Como bem e não exagero em besteiras (mas não me privo também). A gravidez já havia tirado toda minha disposição para qualquer atividade e eu sempre me sentia muito fraca, então as atividades haviam reduzido bastante. Estando en

Aniversário e quarentena

Hoje é sexta-feira, dia 17. Faltam 3 dias para meu aniversário de 34 anos. Está quase aqui. Meu primeiro aniversário como mãe, o segundo passado na Finlândia. Eu havia imaginado tudo, menos estar trancafiada em casa, nessa quarentena (não oficial, mas por nós seguida).  Eu havia imaginado tudo. Um piquenique no nosso jardim , do outro lado da cidade. Uma almoço com a família finlandesa. Uma reunião entre amigos. Em março, quando tudo isso começou, eu pensava que em meados de abril as coisas já estariam melhores e que poderíamos fazer pequenas coisas normais novamente. Que eu poderia ter meu almoço em família (ou jantar), que curtiríamos o dia juntos.  É difícil as vezes estar longe da família. Sou uma pessoa super desapegada e mergulho em qualquer aventura. Me sinto bem próxima de todos através das redes sociais e procuro sempre mandar mensagens. Nunca tive problemas em estar longe. Mas algumas ocasiões especiais, como aniversário, ano novo, Natal e aniversário de familiar

20 semanas de gravidez e a possibilidade de trissomia 18

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Com 20 semanas de gravidez tivemos nosso segundo ultrassom na Finlândia. E foi aqui que minha gravidez passou a ser acompanhada de bem mais perto e com mais cuidado. Kimmo pôde ir comigo, o que me deixou muito tranquila em relação ao idioma e ao que pudesse ser tratado lá. A médica que nos atendeu era a mesma da última vez, uma russa que não falava inglês muito bem. Comentei nos últimos posts que a médica havia nos dito que o bebê estava medindo 5 dias atrasado em relação à idade gestacional esperada . Assim que ela iniciou e as imagens apareceram, vimos nosso pequeno bebê se movendo. A médica realizou todas as medidas necessárias e mais algumas outras e comentou que desta vez o bebê estava medindo 11 dias atrasado para 20 semanas de gestação. O que antes elas suspeitavam que a data da minha ovulação havia sido após o que eu imaginava, agora elas sabiam que não era esse o motivo da diferença. Nas imagens, também foram detectados cistos de plexo coróides no cérebro do bebê. Fi

Coronavírus e quarentena

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Sei que estou devendo muito sobre a gravidez, o nascimento da Mirtilo (Mustikka), mas como sempre ando muito ocupada, deixando para "daqui a pouco" ( o que obviamente vira semanas!) e agora não quero perder a oportunidade de escrever sobre tudo que estou vivendo e passando nesta vida de nova mamãe. Escrever aqui é mais do que compartilhar com família e amigos sobre minha vida, rotina e pensamentos. É um espaço para recordar, para que eu retorne a certas épocas vividas e possa sentir novamente a magia e revisitar meus próprios pensamentos. E logicamente, que assim como minha mente, este blog não segue uma ordem linear ... é uma coletânea de histórias, de experiências e sentimentos. É um pedaço de mim. E eu não poderia deixar de registrar essa época confusa e incerta devido ao coronavírus. Uma experiência que imagino que nenhum de nós tenha vivido antes. Desde o início de fevereiro eu estou praticamente em quarentena. Ficamos no hospital do dia primeiro ao dia 19 (farei

O primeiro ultra-som na Finlândia

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Duas semanas após nosso primeiro ultra-som no Brasil, era a data do ultra-som oficial , do pré-natal finlandês.  A neuvola queria marcar para a décima segunda semana de gravidez, mas estaríamos no Brasil. Então, ficou marcado para uma semana depois, na data limite para aquele tipo de ultra-som. Para determinar a idade gestacional e analisar outros parâmetros. Como o Kimmo tem cardiomiopatia hipertrófica (condição genética), a neuvola nos informou que o ultra-som seria realizado por uma médica especializada em cardiologia .  Como comentei neste outro post , assim que retornássemos do Brasil, o Kimmo iria viajar à trabalho e esta era a data limite para o meu ultra-som na Finlândia. Ele não estaria comigo. Portanto, optamos por ver nosso nenê pela primeira vez juntos no Brasil.  Eu não queria ir sozinha ao ultra-som, pois sempre existe o risco do profissional de saúde que me atende não falar inglês. E assuntos tão importantes quanto esse, eu sempre sinto que preciso de

Náusea e fraqueza na gravidez

Desde de antes de suspeitar que poderia estar grávida, eu já sentia um pouco de náusea (não sabia se era pensamento positivo de que tinha dado certo) e fraqueza. Na segunda semana, pouco antes da data em que esperava a menstruação, meu marido ficou ruim também, com náusea e fraqueza. Então logo associei isso a alguma gripe que poderia estar chegando. Antes de ter tempo de melhorar dessa tal gripe, confirmamos a gravidez e logicamente continuei enjoada. E cada vez pior. Estávamos morando com os pais do meu marido, e não havíamos contado nada a eles sobre a gravidez. Eram minhas duas últimas semanas de aula na escola de finlandês e eu estava brigando para conseguir ir. Fiz as provas me sentindo super mal, e tentava comparecer e não deixar que percebessem nada. Claro, contei à minha professora e ela me deu bastante apoio, inclusive me dando um pouco de material para estudo e dizendo que eu poderia ficar em casa se desejasse. O que me surpreendeu foi a fraqueza. Não apenas esta

O primeiro ultra-som

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Quando fomos às neuvola pela primeira vez, ela já marcou as próximas consultas e também o primeiro ultra-som. Que deveria acontecer entre as semanas 12 e 13 de gestação. Justamente quando estaríamos no Brasil , em uma viagem já programada há muitos meses.  Voltaríamos para a Finlândia poucos dias antes da 13a semana acabar e então eu deveria fazer o ultra-som logo que retornasse. Ficou marcado para dois dias após o retorno. E naquela semana o Kimmo estaria viajando a trabalho, não poderia ir comigo. Fiquei bem chateada ( e ele também), pois era muito importante pra gente poder ver nosso baby juntos, pela primeira vez. Estarmos juntos nesse momento tão especial. Então, marquei logo um ultra-som particular numa clínica em Santos , que aconteceria no dia dos pais no Brasil! OBA! Fiz tudo por whatsapp e minha conversa com a atendente foi um tanto maluca , pois eu não tinha a maioria das respostas para as perguntas dela.  "Um feto ou mais?"  "Então, eu não se