Contagem regressiva - aniversário da Mustikka! (Primeiro mês)

Pouco após nascer

1 mês - Recuperação

Dia 12 de fevereiro minha filhota completará um ano! Sim, já faz um ano de seu nascimento e de sua chegada à nossa família. 

Resolvi fazer um post por dia relembrando um mês da vida dela. Algo simples e rápido para relembrar cada época vivida até o momento. Pois agora vivo aquele misto de tudo passando rápido quando sento para relembrar o que já passou e tudo passando bem devagar, quando estou realmente vivendo o momento presente. 

O primeiro mês foi um mês de recuperação. Recuperação física do parto (Uma cesárea que ainda não tive coragem de compartilhar por aqui). Foram 7 dias de hospital após o nascimento dela. 7 dias confusos, fraca, tentando de todas as maneiras focar a mente e recuperar um pouco de quem  eu era antes daquela experiência e poder curtir os primeiros dias com a nova bebê. 

Foi difícil. E não pelos motivos que eu esperava. Minha pressão ainda muito alta, os remédios bastante fortes atacando minha asma e mente, tornando tudo um pouco confuso. O leite que teimava em não "descer" e ter que acordar a cada duas horas para alimentar a pequenina. Meu marido ao meu lado, vivendo tudo isso comigo. Segurando a barra para que eu me recuperasse. Fomos um time. 

Já em casa, passamos o primeiro mês dormindo os três juntos no sofá cama na sala. Era muito mais fácil para mim estar no sofá baixinho, na sala. Doía todo meu corpo tentar subir na cama. Minha barriga toda doía e ao mesmo tempo formigava. Em certas partes eu não sentia nada ao tocar a mim mesma. E essa sensação (de que a barriga não era minha) ía até acima do umbigo. Era bastante assustador. 

Colocamos a caixa da maternidade (fornecida pelo governo e que serve de berço) no sofá ao nosso lado e assim dormimos pelas primeiras 3 semanas. Sim, cabíamos os três ali! Nós adultos, não muito confortáveis, mas estava tudo bem.

Nossas noites eram bem quebradas. Como ela havia nascido bem pequena (com 2 kg), os médicos haviam nos dito para acordá-la a cada 3 horas no máximo para mamar. Ela sempre foi dorminhoca, desde os primeiros dias e era bem difícil acordá-la. E após conseguirmos, era difícil fazê-la dormir. 

Dentro deste primeiro mês, a pandemia se instaurou e os poucos planos que tínhamos de receber visitas de amigos e familiares foram por água abaixo. Recebemos umas duas ou três visitas esparsas e distantes. Aquela coisa rápida, quase somente na porta com o aroma eterno de álcool em gel pairando sobre nós. 

Não me senti sozinha. Estava ainda bastante "em outro mundo" para sentir qualquer coisa. Kimmo estava comigo de licença paternidade durante as 3 primeiras semanas e após uma semana e meia no escritório, retornou para fazer home office. Mas isso será assunto para amanhã e o segundo mês de vida da Mustikka!

Os dias passavam devagar e eram um pouco monótonos. Eram também tranquilos e ao relembrar do primeiro mês, apesar do choro de um bebê, tudo que eu lembro é de "silêncio". Era como se a terra estivesse dormindo, se recuperando do inverno. Nada de festas, restaurantes ou encontros. Todos dentro de casa. Tudo que eu sentia era "silêncio".

Após 15 dias de vida, pudemos sair para caminhar na floresta. Evitando toda e qualquer pessoa em nosso caminho. No início as caminhadas eram de 10 minutinhos somente com a nossa pequeninas. E a cada dia aumentando uns 2 ou 3 minutos a caminhada no carrinho. 

Eu nunca havia mexido num carrinho de bebê todo encapotado, pronto para um invernão finlandês. E foi uma experiência! Era põe roupa aqui, põe roupa acolá. Eu sempre olhando para ver se ela podia respirar tranquilamente, pois parecia perdida num mar de roupas, casacos e cobertas.  Durante todo esse tempo, eu estava ainda me ajustando fisicamente, me recuperando e me curando. E tentando me tornar mãe. Tudo era uma dúvida, uma pergunta constante "isso é normal?". Coisas que antes eu sempre já automaticamente sabia serem normais. Agora, neste primeiro mês, não era mais. Tudo eu queria consultar. Tudo eu queria ter só "uma certezinha". 

Ficamos praticamente todo o primeiro mês reclusos. Salvo por alguns encontros com a família antes do lockdown e de tudo que aconteceu depois devido à pandemia. Ela pode curtir o colinho dos avós e parecia gostar de escutar futebol na TV finlandesa. Celebramos o primeiro mês completo com uma sessão de fotos em casa (pela tia Tarsila) com o lindo número 1 feito com tulipas! E então uma festinha com brigadeirinhos e bolinho com a família. Ela dormiu durante todos esses processos. 

Agora... iniciamos o segundo mês! Amanhã tem mais relato!

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