Contagem regressiva - O décimo primeiro mês!


 O décimo primeiro mês - Natal e Ano novo

O décimo primeiro mês iniciou com o retorno da vovó Bebel ao Brasil. Como o último mês havia sido tão diferente, a rotina da Cecília estava uma confusão. Voltamos com a rotina anterior e ela não gostou nenhum pouco da mudança. As noites voltaram a ficar difíceis e longas, mas eu estava numa animação só para o Natal. 

Nem precisa de crianca em casa para eu (e o Kimmo) ficarmos animados. O clima natalino, as músicas que colocamos todas as noites de dezembro para nos prepararmos, as idas e vindas de lojas para escolhermos presentes, o glögi com donut (munkki) na feirinha de natal de Tampere... tudo incrível. Mas claro que em ano de pandemia tudo foi diferente. As compras foram quase todas feitas online. O glögi e o munkki foram em casa. Passeamos rapidinho na feirinha, de máscaras e em horários vazios, mas não conseguimos aproveitar muito e fomos embora. Deu para comprar uns presentinhos. 

Sei que ela ainda não entende o que é essa época de Natal e Yule (celebração pagã), mas eu queria que fosse tudo bem especial. Comprei um roupinha para a ocasião mais de um mês antes ("Filhota, pode crescer só até 4 cm, ok?"). Embrulhei os presentes com o maior gosto. E aqui, tuuuuudo vira presente. Até o chocolate comprado no supermercado da esquina é embrulhado e colocado no saco do Papai Noel. Então na noite de Natal, tínhamos pilhas e pilhas de presentes! Eu acho o máximo toda essa diversão. 

Antes do Natal chegar, também debati comigo essa história de troca de presentes. Não quero educar a Cecília para valorizar bens materiais acima das experiências, memórias e pessoas na vida dela. Quando eu era criança, a magia do Natal era bem grande, mas também era grande a expectativa por presentes. E eu fiquei pensando no que aprendi com tudo isso. E também em quais valores eu quero passar para ela. Já comentei com familiares e amigos que quero incentivar experiências ao invés de presentes. Que no aniversário, a leve para uma atividade especial entre vocês. Talvez um dia todo planejado, com cinema, parquinho, pipoca e guloseimas! Talvez passar o dia com ela fazendo algo bem divertido, que ela nunca vai esquecer. Talvez uma praia ou piscina. Um cartão. Talvez criarem ou montarem um presentes juntos. E talvez sim, um presentinho ao final da experiência, na verdade, uma lembrança da experiência vivida. Desta forma é mais que algo material. É um sentimento, uma conexão. 

Mas o Natal é tão diferente. E de início eu queria seguir a mesma linha. Mas como comentei antes, aqui tudo vira presente. Não há necessidade de comprarmos coisas grandes ou caras. Tudo é embrulhado e tudo faz parte da experiência, de abrir pacotes, de tentar adivinhar, de agradecer e abraçar. De curtir juntos. Um celebrando com o outro. E o Natal aqui começa dias antes, quando eles já tem folga do trabalho e já deixamos a casa pronta. Dias antes já começamos a celebrar. Nossa árvore de Natal foi montada poucos dias antes, como é tradição aqui. Eu fico numa agonia querendo já uma árvore o mês todo. Mal aguentando enquanto não vamos escolhê-la. É uma árvore de verdade, bem alta. E colocamos água em seu pote duas vezes ao dia para que ela dure bastante. Fomos para a casa dos pais do Kimmo e pretendíamos passar uns dias lá. O teste de como seria dormir fora de casa com um bebê. No dia 24 de amanhã, comemos um mingau de Natal, em que há uma única amêndoa perdida na panela e a pessoa que a tirar terá muita sorte no próximo ano. Eu tirei em 2019 e 2020. 

Ouvimos muita música de Natal, tanto finlandesa quanto brasileira. Jogamos jogos de tabuleiro e brincamos com a Cecília e a Mia. E nossa ceia e troca de presentes foi cedo, pois não queríamos perturbar muito a rotina da pequeninas. E foi uma farra. Ela brincou com os embrulhos quase mais do que com os presentes em si. Ela logo percebeu quais eram pra ela. Assim como a Mia logo pegou seus presentes e foi curtir no seu cantinho. Tínhamos só que tomar um certo cuidado pois alguns papéis pareciam a ela bem apetitosos. Fiz ligações com a família no Brasil e tentei matar as saudades dessa forma. Pai, irmão, vó (Bisa!!!), primos, tios, mãe. Todo mundo um pouquinho, um abraço virtual. 

O ano novo também foi especial. A virada do ano é sempre mais difícil para mim estar longe do Brasil. Por algum motivo, ver os fogos de artifício, lá na praia de Santos me enche de esperanças. Me dá um sentimento maravilhoso pelo ano que está por vir. A família aqui sabe e vimos no Youtube os 17 minutos de fogos da última virada em Santos (pré covid). A Cecília não quis dormir de jeito nenhum. Tentamos, tentamos e ela queria fazer parte da virada! Afinal, por que só ela estaria na cama enquanto todos brindávamos? Na virada ela descobriu uma habilidade nova (colocar pecinhas uma dentro da outra, nos formatos corretos) e aí o sono foi embora de vez! 

Em janeiro a neve veio de vez! E as noites começaram a ficar mais curtas, o dia mais longo. O início da jornada até a primavera! Mas ainda temos bastante tempo para patinar, para escorregar por morrinhos de neve e fazer bonecos de neve. Menos de um mês depois da primeira experiência com a neve, a Cecília já estava adorando brincar. Rindo a cada escorregada com o tobogã. Rindo dos pais jogando bola de neve um no outro ("Espere só pequenina, que no próximo ano a gente joga em você"). 

E quando ela completou seus 11 meses, eu parei pra pensar que o primeiro ano de vida estava rumando ao final. Que era realmente a contagem regressiva para um dia lindo de alegria! E neste momento que escrevo este relato faltam poucas horas para o dia dela! Já passou um ano do dia em que ela veio ao mundo. É amanhã! 

Amanhã encerro minha especial de posts pré aniversário de um ano da Mustikka. Amanhã a celebração é conosco o dia todo e continuaremos celebrando sempre! Iniciaremos uma nova fase de aprendizados. 

Os posts da série Contagem regressiva para o aniversário da Mustikka:



"Vai tirar minha foto mesmo?"


Apenas uma pose, pois eu não sei jogar isso não!


Com uma das tias preferidas, Tia Tarsila!




Comentários

  1. Nadja adorei todas as suas posts . Acompanhar a Cecília foi recordar o passado dos meus netos! Um tempo muito gratificante e de muito amor. Obrigada Nadja por esses momentos de recordação!! ❤

    ResponderExcluir
  2. Faltam poucas horas para o grande dia, o dia em que comemoramos a chegada da Cecília entre nós.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Procurando uma esmeralda? Que tal aqui?

Postagens mais visitadas deste blog

Trago seu amor em 7 dias...

A cirurgia para tratar o aneurisma

Uma virada em Aldeia da Serra