Contagem regressiva - O sexto mês


 Sexto mês - Exames e novas experiências

O dia já está quase chegando ao fim e eu estou aqui, na frente do computador pensando no que escrever sobre o sexto mês de vida da Cecília. Sobre meu sexto mês de maternidade. Parece que a cada post eu me cobro mais de escrever algo bonito, algo sincero para o qual eu possa olhar com carinho no futuro. 

Mas toda essa coleção de lembranças (pois é isso que este blog é) é um recorte de alguns momentos vividos. Um recorte pessoal. Seja para apenas relatar acontecimentos ou para refletir e filosofar sobre a vida e o que eu aprendo com ela. 

Desde o início da vida, a Cecília já havia tirado sangue e feito exames inúmeras vezes. Ainda no hospital devido ao peso baixo em seu nascimento (2 kg, nascida a termo) e para sabermos se ela tinha herdado "cardiomiopatia hipertrófica" do papai. Ainda no hospital, as enfermeiras tiraram sangue de uma veia na cabeça (algo que eu nunca tinha nem visto), pois disseram que em bebês assim tão pequenininhos, a cabeça é o lugar mais acessível para tirar sangue. As enfermeiras queriam dar a ela uma chupeta embebida em um líquido açucarado para acalmá-la caso ela ficasse nervosa durante o procedimento. Mas não precisou, ela não chorou, não reclamou. 


Tempos depois recebemos o resultado do exame. Kimmo estava nervoso. Era seu gene que poderia ter sido passado adiante. E antes de pensarmos em ter filhos, este era um ponto que ele sempre debateu consigo. Sentia-se culpado de saber ter alguma condição e poder passá-la adiante. Por ser portador de outro gene complicador (hemocromatose) , Kimmo tem alguns sintomas não muito legais ( e qual seria legal, né?) e se preocupava com isso. A verdade é que cada pessoa é diferente, o pai do Kimmo por exemplo também tem o gene de cardiomiopatia hipertrófica mas não desenvolveu a doença. E possuir os genes que podem desencadear essas doenças não necessariamente indica que a pessoa terá sintomas ou problemas. E com a medicina e ciência atual, é possível fazer um bom acompanhamento quando diagnoticados cedo. 


O resultado do exame foi negativo. E respiramos aliviados, apesar de estarmos preparados para a outra possibilidade e já termos estudado como poderia ser o futuro. 
Nesta época também suspeitamos que a Cecília fosse alérgica à proteína do leite de vaca, quando vinda através do meu leite, do meu consumo. Fiquei mais de um mês sem consumir nada de derivados do leite de vaca e ela melhorou muito. Fizemos também exames, que eram todos inconclusivos ou negativos e voltei a consumir leite aos poucos e ela não apresentou mais nenhum sintoma de alergia. 

Não é assunto deste mês, mas como estou no tema, para que uma pessoa desenvolva "hemocromatose" ela precisa herdar o gene de ambos seus pais. Kimmo é portador e no meu décimo mês de maternidade, eu fiz o exame genético para saber se eu também carrego o gene. Pelo que havíamos pesquisado (dentro da população brasileira, portuguesa, etc) minhas chances não pareciam ser tão grandes de também ser portadora. Eu estava tranquila. E então recebi a notícia de que sim, eu também sou portadora de um gene para hemocromatose. Kimmo ficou tranquilo, é algo tratável (apesar de não ter cura). Eu fiquei bastante chateada... quais as chances?!?! Temos em breve uma consulta com a médica sobre essa questão. 

Neste mês completamos 3 anos juntos e 2 anos de casados. E celebramos com um tour no topo de uma ex fábrica-agora museu aqui em Tampere. Foi a primeira vez que nossa bebê ficou sem um de nós dois por algumas horas. Ela ficou com os avós e adorou. Nem percebeu o nosso sumiço! Foi um teste de bastante sucesso de que podemos nos ausentar e curtir um pouco juntos sem preocupações. E na verdade... acho que realmente me senti bem, confortável e tranquila com isso. Sem culpas, sem medos. Não sei se o fato dela ter ficado super bem também ajudou; muito provável

No dia 12 de agosto, quando ela completou seus 6 meses (meio ano de vida!), fizemos uma festinha na quintal dos fundos do prédio. É um local bem arejado, com uma mesa grande e larga e também balancês e cantinho de areia para as crianças. Chamamos as amiguinhas da Cecília e a nossa família , fiz com a Tia Tarsila um bolo com recheio de geléia de morango e encomendamos brigadeiros Ilo Gourmet. Fiz sanduíches de metro (até o momento minha marca registrada em festinhas!). Com direito a guaraná e café.  Para mim, um momento muito gostoso e especial. O ar livre (e o tempo maravilhoso!)  e a diminuição das contaminações por coronavírus nos possibilitaram realizar um evento com um toque bem familiar e próximo. Diferente de como será a celebração que teremos na semana que vem, que será menorzinha. Fiz as pazes com essa idéia. Na verdade, desde antes da gravidez, já me atraía a idéia de celebrar de forma pequena e simples, de colocar menos ênfase em presentes e bens materiais e focar mais em momentos, memórias e o que realmente levamos conosco enquanto vivemos. Mas isso é reflexão para uma próxima vez!

Abaixo, como já de costume, algumas fotos da Cecília em seu sexta mês de vida!



A primeira vez num balancê

Só amor e diversão! Em todos os momentos.


Com as amiguinhas e suas mamães




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