Despedida de solteira


Pá!!!! 
Um monte de vibrador bem na sua cara! Que é para começar bem o assunto do post de hoje no blog. Minha despedida de solteira! Só pensa que para mim... uma pessoa tímida e que NUNCA na vida tinha entrado em uma sex shop... o que não foi essa surpresa planejada pelas minhas amigas!

Elas me avisaram umas horas antes para me arrumar, que iríamos a uma pizzaria juntas. Só as mulheres. Ok! Eu topo! Chegaram Tarsila e Tati aqui em casa e quando menos espero, um presente! Uma coroinha de princesa "Bride to be" e um sequestro para minha despedida de solteira! Fomos andando até o que eu achei ser a pizzaria. E quando faço menção de entrar...  "Opa, onde você vai? Primeiro aqui. Venha" Oi? Eu? No sex shop? Ahn? Como? Quando? Nããããão!!! Mas vamos lá... é um dia único na minha vida. Minha despedida de solteira. Na Finlândia.

Sim, eu. Casando. Ca-san-do. Nossa! Nem eu acredito. Vamos lá. Entrei pela primeira vez na vida num sex shop. Aquele rubor básico nas bochechas, minhas amigas caminhando alegremente à minha frente, tagarelando alguma coisa que eu nem se tentasse conseguiria me concentrar para entender. Estava fazendo um esforço enorme só em estar ali. Em respirar ali. Mas eu fui. Iniciamos com um espumante trazido pelas amigas e logo estavam as duas donas dando uma aula sobre os produtos da loja. Dos lubrificantes (de todos os tipos, cheiros, sabores) e dos vibradores (novamente de todos os tipos, para todas os desejos).  Era um tal de passa lubrificante com cheiro e gosto de morango na mão, o de pêssego na outra, um pouco do de hortelã na perna, um de camomila, baunilha e rejuvenescedor na outra... que logo estávamos todas cheias de perfumes e melecadas até a alma.


Após a sessão de "aprendizado sensual", tivemos um tempo para perambular pela loja e olhar todos os produtos e esquisitices ( e também desejos de consumo!). Com duas taças de espumantes tomadas, a gente só ri e vai na fé olhando tudo e perguntando tudo. Claro... comigo, nem as duas taças serviram. Mas um dia eu chego lá!

Nunca fui a uma despedida de solteira no Brasil. Ou em qualquer outro lugar. Então não tenho nem como comparar essas mesmas experiências vividas em locais diferentes. Mas havia sim algo que me chamou a atenção enquanto as moças da loja nos apresentavam os produtos, as tendências e utilidades. Algo que foi tão natural a elas e tão latente para mim. E na falta de palavra melhor, posso dizer que o discurso delas estava carregado de independência, valor, amor e respeito próprios. E muita, mas muita segurança de poderem ser mulheres e curtir como são. 

Enquanto nos apresentava uma incrível esponjinha para "aqueles dias", ela também criava um cenário para ilustrar como aquilo poderia ser usado. E não tinha nada de "marido", "namorado", "seu amor". Naturalmente, ela abraçava a feminilidade e sexualidade pessoal de cada uma, os desejos possíveis e uma deliciosa falta de julgamento. "Aí você está numa festa ou bar e conhece uma pessoa que quer muito... se divertir mais naquela noite. Você não precisa ficar na vontade." Nós rimos. Em nossa pura brasileirice, achamos engraçado e incrível ao mesmo tempo que ali entre elas e neste país, não exista a necessidade de justificar as vontades e desejos, que tenha a segurança de poder fazer o que se quer sem ser julgada por isso e de ser tão livre quanto desejar. 




Saindo de lá fomos procurar um local barato e tranquilo para jantar. Acho que quase andamos a cidade toda (sim, eu sou exagerada) em busca de algo. Ou os lugares estavam fechando, ou eram caros, ou não tinham exatamente o que queríamos. Difícil agradar todo mundo ao mesmo tempo né?

Mas após jantadas... vamos procurar um bar legal para dançar e curtir. Outra caminhada pela cidade (Obrigada aos Deuses por estar de salto confortável!) e mais alguns bares novos para minha conta. Era um drink aqui, outro lá e um ou outro rapaz perguntando sobre meu futuro marido ou se as outras moças eram casadas também. Acho que isso tem em qualquer lugar quando eles já beberam algumas. Jogamos "jenga" (óbvio que eu tive que perder uma) e fomos dançar. Só as mulheres. E só falando besteira. 





Acho que nunca na vida pensei que viveria uma despedida de solteira (ainda mais a minha). É, eu realmente achei que não era algo que fosse acontecer. No Brasil, a vida sempre passava na frente dos planos e quando via, os momentos já tinham passado. Eu já não planejava mais nada pois muitas vezes ninguém aparecia para o que eu organizava. E era sempre uma tristeza para mim. A garota clichê esperando os amiguinhos para o aniversário dela. E já há um tempo eu comecei a preferir ter um ciclo menor, mas mais unido de amigos. E foi isso que me recebeu aqui, na Finlândia. E que são os pequenos gestos que realmente mostram quem somos, e que realmente contam. As pessoas que perto ou distante tem carinho pela gente. E eu vi que é isso que realmente mais importa. 

Comentários

  1. Parabéns pelo seu texto! Vc tem uma forma de escrever que prende o leitor e que é engraçado ao mesmo tempo. Sorte sua por ter amigas tão especiais e queridas com tão pouco tempo de convivencia. Mais uma vez, PARABÉNSSSSSS!

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  2. Muito bom Nadja! Amigas assim fazem bem ao coração :)

    É a minha primeira visita, venho agradecer seu comentário no meu. Vou continuar a explorar seu blog!

    Beijos

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  3. Hahahahahaha... que legal! Queria ter visto a sua reação dentro da loja.

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