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Mostrando postagens de 2019

A primeira visita à neuvola

A  Neuvola  é uma espécie de enfermeira obstétrica (isso existe?) que temos aqui na Finlândia. É ela quem acompanha a gravidez, é com ela que eu me consulta na maioria das vezes e normalmente é ela também que faz o intermédio entre eu e a médica. Assim que eu soube que estava grávida,  liguei no número da clínica de maternidade da minha região  para marcar minha primeira consulta com a  neuvola . Foi quase difícil marcar a consulta. A clínica estava aberta para receber as ligações para marcar o horário apenas de segunda a quinta-feira, das 12h as 13h. Somente uma hora por dia. No primeiro dia, liguei diversas vezes e estava sempre ocupado. No segundo, consegui após meia hora. E nossa ligação durou mais ou menos meia hora também. Logo nesta ligação, recebi o nome da  neuvola  que me acompanharia durante toda a gravidez. Mas por ser verão, ela estava de férias e eles haviam disponibilizado uma substituta para a primeira consulta. Ok, perfeito! Eu tinha acabado de descobrir, estava b

A primeira semana pós incêndio

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A semana após o incêndio foi bastante apagada pra mim. Estávamos nos pais do Kimmo, dormindo num sofá cama, sem praticamente nenhuma roupa. Todas cheiravam ainda muito forte à fumaça. Lavamos diversas vezes até termos algumas que podíamos usar. Sim, tem dois tracinhos aí! Como vocês viram no post anterior sobre o incêndio, eu suspeitava estar grávida, mas ainda não tinha feito nenhum teste real para confirmar. Estava aguardando mais uns dias . Esses dias foram difíceis, eu estava muito fraca e mal conseguia ir da cama pro banheiro. Não conseguia comer, estava enjoada 24h por dia  (mas sem vômito!).  Não queríamos comentar com ninguém nossas suspeitas, mas morando com a família do marido, era difícil manter o segredo. Fingir que estava doente. Fiz o teste de farmácia, várias vezes, quase todo dia. E sempre o resultado era algo... meio dúbio. Tão fraquinho aquele risquinho, e demorava pra aparecer. Mas estava lá! Claro que eu não conseguia acreditar! Que semana... incêndi

O incêndio

Sei que sumi bastante do blog, mas devido a alguns acontecimentos, parece que ficou difícil escrever sobre coisas mundanas. Ou mesmo sobre qualquer coisa da minha vida. Dia 17 de junho (aniversário do meu irmão), o apartamento imediatamente abaixo do nosso pegou fogo. E ficamos presos em casa, em meio àquela fumaça tóxica. Foi um susto muito grande e apesar de tudo ter dado certo e estarmos bem, eu simplesmente não conseguia escrever naturalmente sobre isso. Qualquer palavra parecia banal demais. Simples demais, para o drama que eu estava ainda vivendo aqui dentro. Era um domingo e na maioria dos domingos, passamos o dia na casa dos pais do meu marido. Jogando jogos de tabuleiro ou cartas e conversando. Costumamos retornar para casa um pouco antes da meia noite, mas naquele dia nossa rotina foi diferente. Minha amiga ía casar no dia seguinte e eu queria fazer um brigadeiro para ela. Acabamos retornando para casa pouco antes das 19h e eu fui fazer brigadeiro (algo que eu real

Celebrando 1 ano na Finlândia!!!

Um ano neste país maravilhoso, vivendo uma aventura incrível e totalmente diferente de qualquer coisa que eu poderia imaginar. Um ano que eu desembarquei com praticamente tudo que tinha (após ter conseguido me desfazer da maioria das minhas coisas) e iniciei minha vida com meu futuro marido. Hoje eu penso que queria ter feito uma lista de expectativas na época do embarque, só para reescrevê-la um ano depois. E rir das coisas que eu pensava. Acho que o principal é que por mais que eu soubesse que o idioma era difícil, eu imaginava que já teria feito mais progressos quando completasse um ano aqui. Eu já conhecia muita gente que morava aqui há anos e todos me falavam que demoraria bem mais que um ano. Claro, que dependia muito de mim e de muitos fatores, mas que o aprendizado do idioma não era assim tão rápido. De início fiquei frustrada que quando morei na Holanda como au pair, já estava arranhando holandês nos primeiros meses e aqui no dobro do tempo, ainda parecia não ter saí

Sobre a saída da Avianca

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Hoje faz 1 ano de uma data muito importante na minha vida. Uma data que marcou uma nova jornada e que me fez enxergar que agora, esta nova parte da vida era real. Começava (aos poucos) a cair a ficha de que eu iria realmente mudar de país, mudar de vida, mudar de rumo. Que tudo que eu havia batalhado até então era agora parte de uma página virada.  O Kimmo já havia chegado ao Brasil havia uma semana quando eu tinha meu último compromisso com a Avianca. Tinha de ir à sede da empresa entregar meu crachá, uniformes e assinar ainda alguns documentos finais. Eu estava nervosa. E põe nervosa nisso. Já não voava havia um mês, mas ainda não tinha caído a ficha. Parecia apenas um período de férias. Que eu iria voltar logo pro meu avião vermelho e branco.  Sentei com a funcionário do RH e conversamos um pouco sobre a companhia, sobre os motivos, meus planos.Ela me desejou sorte e eu entreguei a ela tudo que ainda me restava de Avianca. Ok, quase tudo, porque certas coisas,  esses 2 a

Doentinha

Acho que uma das piores coisas que pode nos acontecer é ficar doente fora de casa. Pera, mas aqui é minha casa agora. Bom... ficar doente longe de um sistema ao qual estejamos acostumados e consigamos entender o que se passa.  Eu já até estava acostumada a talvez ter uma crise de asma quando era mais nova. E sabia o que falar, como explicar os sintomas e no geral quais medicamentos e tratamentos seriam prescritos. Mas aqui, na Finlândia, aconteceu tudo completamente diferente.  Há pouco mais de um mês comecei a acordar com dores no corpo. E ao final do dia, quando íamos passear na floresta juntos, eu sentia um pouco de tontura e meu ouvido tapava . As vezes durava minutos, outras vezes pouco mais de uma hora. Também sentia uma dor de cabeça estranha, como se fosse pressão. Passei então a perceber que estava pressionando os dentes ao dormir, rangendo. Tentei diversas coisas que pudessem aliviar o estresse e a tensão. Mas os sintomas estavam piorando. Não conseguia entender a