O primeiro ultra-som na Finlândia

Duas semanas após nosso primeiro ultra-som no Brasil, era a data do ultra-som oficial, do pré-natal finlandês. 





A neuvola queria marcar para a décima segunda semana de gravidez, mas estaríamos no Brasil. Então, ficou marcado para uma semana depois, na data limite para aquele tipo de ultra-som. Para determinar a idade gestacional e analisar outros parâmetros. Como o Kimmo tem cardiomiopatia hipertrófica (condição genética), a neuvola nos informou que o ultra-som seria realizado por uma médica especializada em cardiologia

Como comentei neste outro post, assim que retornássemos do Brasil, o Kimmo iria viajar à trabalho e esta era a data limite para o meu ultra-som na Finlândia. Ele não estaria comigo. Portanto, optamos por ver nosso nenê pela primeira vez juntos no Brasil. 

Eu não queria ir sozinha ao ultra-som, pois sempre existe o risco do profissional de saúde que me atende não falar inglês. E assuntos tão importantes quanto esse, eu sempre sinto que preciso de confirmação, que meu finlandês não é suficiente para estar segura das instruções passadas. Mesmo que no geral não tenha tido problemas com isso. Convidei a Tiina, mãe do Kimmo, para ir comigo. Assim ela poderia também ter a experiência de ser seu netinho ou netinha na tela. E mesmo que ela não fale muito inglês, ela poderia entender tudo e repassar ao Kimmo (qualquer informação importante ou sobre alguma condição cardíaca encontrada, etc). 

No dia do ultrassom, chegamos cedo e logo fui chamada. Era uma sala confortável, com poucas luzes ( apenas dos aparelhos) e eu logo reparei que não tinha nenhum “quartinho” ou biombo que desse para um espaço privado para eu me trocar. Afinal, era para ser um ultrassom transvaginal. 

A médica me pediu para me despir e deitar na maca para o exame. Hein? Assim? Sem privacidade? Sem aquela roupinha de hospital só para fingir que to vestida e “decente”? Na frente da minha sogra? É, eu paralisei. De verdade. Fiquei muda e um medo se abateu sobre mim. Elas logo perceberam e minha sogra se ofereceu para virar de costas enquanto eu me despia, mas mesmo assim eu não conseguia seguir em frente. Elas sorriram e comentaram que entendiam, que sabiam que eu vinha de uma cultura diferente. Comentaram que aqui na Finlândia, nudez não é algo tão sério ( todo mundo vai nu para a sauna junto). Mas que ela entendiam meu sentimento. Minha sogra acabou saindo da sala e a médica resolveu tentar fazer um ultrassom abdominal. E funcionou. Ufa! 
Oi mãe!



Mais uma vez escutei o coração do nosso baby. O vi se mexer ( para caramba). E ela analisou todas as medidas e tudo que era possível com 13 semanas de gravidez. Ao final, minha sogra retornou e conversou com a médica. A médica não falava inglês direito e eu lá com meu finlandês fajuto.  

Havíamos feito os testes para saber as chances do nosso bebe ter alguma trissomia (13,18 ou 21), síndromes de Patau, Edwards ou Down. As chances eram baixas. Ela nos informou que o bebê estava “5 dias atrasado” nas escalas de peso/tamanho quando comparado à data prevista de concepção. ( no Brasil, a sonografista havia nos informado 2 dias). Também comentou que isso era normal e que eu poderia ter ovulado mais tarde, e que poderíamos rever tudo no próximo ultrassom. 

O coração e sua formação pareciam dentro dos conformes, mas por precaução todos as próximas consultas seriam com ela, que era uma médica especializada em cardiopatias. 

O próximo ultra-som seria quando completasse 20 semanas. E veríamos nosso baby novamente. Eu estava animada e com medo, pois não queríamos saber o sexo do nosso bebê e no próximo ultra-som os médicos já poderiam ver isso! Por enquanto, voltei para casa com minha sogra, entrei em contato com a neuvola sobre o que a médica havia falado (eu precisava ter certeza de que tinha entendido tudo ok).

A única preocupação era a diferença de idades gestacionais estimadas pela minha menstruação/ovulação, o ultra-som brasileiro e este. Minhas datas de menstruação e ovulacão era bem precisas e não havia muito espaço para ter sido depois. A possibilidade era de que as datas pudessem estar erradas, mas após conversarmos sobre as possibilidades, as médicas não ajustaram as datas e continuaram a nos dar a previsão de 21 de fevereiro de 2020. E iríamos monitorar na próxima vez.


Comentários

  1. Imagino o que vc passou e ainda mais longe da família e dificuldade de idioma,mas agora tudo passou aproveitem bem sua mustikka

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