Aniversário e quarentena


Hoje é sexta-feira, dia 17. Faltam 3 dias para meu aniversário de 34 anos. Está quase aqui. Meu primeiro aniversário como mãe, o segundo passado na Finlândia. Eu havia imaginado tudo, menos estar trancafiada em casa, nessa quarentena (não oficial, mas por nós seguida). 

Eu havia imaginado tudo. Um piquenique no nosso jardim, do outro lado da cidade. Uma almoço com a família finlandesa. Uma reunião entre amigos. Em março, quando tudo isso começou, eu pensava que em meados de abril as coisas já estariam melhores e que poderíamos fazer pequenas coisas normais novamente. Que eu poderia ter meu almoço em família (ou jantar), que curtiríamos o dia juntos. 


É difícil as vezes estar longe da família. Sou uma pessoa super desapegada e mergulho em qualquer aventura. Me sinto bem próxima de todos através das redes sociais e procuro sempre mandar mensagens. Nunca tive problemas em estar longe. Mas algumas ocasiões especiais, como aniversário, ano novo, Natal e aniversário de familiares no Brasil são mais complicadas. As vezes rola a vontade de estar mais próximo e dar um abraço. 

Por não estar perto da família, acabou sendo muito especial pra mim passar a data com a família do meu marido e alguns amigos. E eu estava muito animada pelo meu primeiro aniversário como mãe. Já estava idealizando os momentos juntos e as fotos que tiraria para lembrar da data depois. Já estava com a cabeça lá no futuro, sonhando com uma celebração... "quentinha", de aquecer o coração. 

Eu sempre fico animada perto do meu aniversário. Gosto de fazer festinha, de ganhar abraços e cartões, fazer e comer bolo. Costuma também ser uma época de muito estresse, uma época em que eu espero tanto de mim mesma, que acabo ansiosa e estressada. Quero fazer tudo perfeito, quero que minha data seja uma boa lembrança. Eu planejada festinhas e os convidados não vinham. Tive muitos aniversários assim. A cada ano tinha a esperança renovada de que "este ano meus amigos virão". Poucos anos isso realmente aconteceu. Eu queria convidar o mundo, queria poder abraçar todo mundo ao meu redor e torcia para algumas pessoas aparecerem. Todo ano eu vivia a mesma sensação de medo, incerteza e desespero por atenção e amor nesta data. Este ano é diferente. Não há festa. Não há opção que me faça estressar também. É um momento totalmente diferente. Um momento de uma grande reflexão.

Não estou triste. Sou muito sortuda de tudo estar tão bem conosco em meio a este caos e passar meu aniversário em isolamento não é um desafio assim tão grande. Vai ser uma parte diferente desta aventura de morar fora. Uma experiência diferente que eu também vou viver ao máximo. Fazer um bolinho só para nós, tirar as fotos "quentinhas" juntos em casa, sorrir muito e fazer desejos de tempos melhores para todos quando cortar o bolo. 

Desta forma, volto a estar animada com meu dia. Com o dia em que completarei 34 anos vividos. Com cada um dos aniversários passados e com este que está por vir. Estou feliz por poder passar essa data de uma forma diferente. Com minha nova família; marido e filha. E poder refletir o que meu dia significa pra mim. Que eu posso sim ser suficiente para uma boa festa. Que aqui, apenas nós três pode ser também tão especial quanto se eu tivesse uma festa com um grande número de convidados. Está sendo um momento de encarar (forçadamente) a mim mesma e fazer as pazes com cada aniversário do passado, cada estresse, cada lágrima, cada momento vivido.

Um momento para amar minha própria companhia

Comentários

  1. Isso mesmo, aproveite o seu dia com tranquilidade. Faça coisinhas gostosas e delicie-se! Um feliz dia pra você! Tudo de bom! Bjs

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    1. Obrigada! O dia foi bem estranho. O que eu estava animada antes, para a reflexão que viria acabou sendo... apagado. Não sei, foi um pouco em branco e eu fiquei mais pensativa. Ao final do dia, estava melhor. O tempo e um parabéns online com familiares ajudou.

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