Diabetes gestacional



Outro capítulo da saga gravidez. Outra preocupação constante. E também outro assunto permeado por dúvidas.

Com 20 semanas de gravidez, a neuvola me encaminhou para o exame obrigatório de diabetes gestacional. Fazer exame é sempre um pequeno estresse. Existe aquela certeza de que está tudo bem e também aquela outra certeza de que está tudo errado. 

Fiquei em jejum por 12h e de manhã cedinho fui ao laboratório perto de casa colher o exame. O exame consiste em três etapas:


1. Análise do sangue em jejum.
2. Análise do sangue 1 hora após tomar um xarope de glicose. 
3. Análise do sangue 2 horas após o xarope.


Enquanto aguardava, lia um livro sobre hipnobirthing (que falarei sobre mais pra frente). 


Tenho uma vida saudável, ativa. Como bem e não exagero em besteiras (mas não me privo também). A gravidez já havia tirado toda minha disposição para qualquer atividade e eu sempre me sentia muito fraca, então as atividades haviam reduzido bastante. Estando enjoada eu também só conseguia comer pão e pizza quase sem recheio, todo o resto me fazia passar mal, como já contei aqui. Por este motivo eu tinha um receio grande de ter desenvolvido diabetes gestacional. Mas todo mundo me tranquilizava de que as chances eram muito remotas. E eram mesmo.

Ninguém na minha família havia tido a doença, eu não estava acima do peso, não tenho mais de 35 anos, nunca tive um bebê que tenha nascido muito grande. Não era considerada com pré disposição para a doença. 

Uma semana depois, eu tinha uma consulta com a neuvola novamente. E ela me daria meus resultados. Antes que isso acontecesse, recebido dela uma ligacão poucos dias após o exame. E ela me informou que apesar das análises pós ingestão do xarope de glicose terem sido ótimas. A análise do sangue em jejum estava no limite. Me informou que resultados de 5,3 mmol/L de açucar no sangue são considerados positivo. Eu havia tido 5,3 mmol/L exatamente. Por telefone, ela me passou uma nova dieta e os cuidados que eu deveria ter. Fiquei chateada. E também sem entender. Ela me explicou que bebês de grávidas com diabetes gestacional tendem a crescer muito e serem muito grandes e por isso é importante seguir a dieta e minimizar este efeito. Mas como comentei aqui,  nosso bebê estava medindo sempre muito menor (e cada vez menor em comparação com a escala seguida internacionalmente).

Na nossa consulta, ela me entregou um aparelho de medir açucar no sangue (sem custo algum) e me instruiu a realizar o teste 4 vezes ao dia. Em jejum, uma hora após o café da manhã, uma hora após o almoço e uma hora após a janta. E assim eu fiz.

Segui a dieta e monitorei todos meus resultados. Eles eram muito bons. Todos. Inclusive os em jejum. Uma parte de mim ficava pensando em que talvez ter diabetes gestacional fosse positivo para que meu bebê crescesse um pouco mais e passasse de 2,5% na escala de peso.
Algumas semanas depois, eu tinha uma confraternização de final de ano dos brasileiros em Tampere. E eu sabia que se fosse, não conseguiria ficar sem comer as coisas deliciosas feitas pelos meus amigos. Conversei com a neuvola e ela disse que ter um dia em que os resultados fossem altos, não haveria problema.

Então... me esbaldei. Comi horrores, comi todos os doces possíveis como se não houvesse amanhã. E uma hora depois... fiz o teste de açucar no sangue. E para minha surpresa, estava normal. Nem próximo do limite superior. Conversei com a neuvola e testei mais alguns dias comer normal, sem me ater à dieta e sem exagerar. Comer normal mesmo. E meus resultados continuaram ótimos. Ninguém conseguia entender. Após dois meses, os médicos já não me cobravam os resultados dos exames, apesar de eu continuar medindo, para ter certeza de que estava tudo bem.

Durante minha estadia no hospital de Tampere, pouco antes do nascimento da minha bebê, uma médica sentou comigo e disse que provavelmente meu resultado inicial, aquele que me classificou com diabetes gestacional, apenas significa que eu tenho uma certa propensão a desenvolver diabetes no futuro e preciso me cuidar. 

Até agora não sei o que ocasional meu resultado inicial e pode realmente ser que isso esteja apenas me mostrando que eu tenho que ter um certo cuidados para não desenvolver diabetes futuramente. Mas tudo isso aconteceu ao mesmo tempo em que realizávamos os exames e acompanhamento em relação ao tamanho do nosso bebê e o receio dele ter trissomia 18. Parecia que tudo estava acontecendo ao mesmo tempo e eu já não sabia de que lado viria a próxima novidade nessa gravidez


Comentários

  1. Que bom que foi apenas um alerta e que tudo, no que tocasse o assunto diabetes, ficou so na primeira opção. Fico imensamente feliz por esta estória ter tido, no final das contas, um final feliz. E é isso que importa
    Bjs

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  2. Interessante todo este quadro. Felizmente você não desenvolveu a diabete e ficou tudo bem. E como está a sua garotinha? Bjs

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